Reencontro
Ele a conheceu em uma festa da faculdade. Ela estava sentada ao lado de seus pais e recusava todos convites para dançar. Seus dois amigos que o acompanhavam apostaram que ele iria quebrar a cara se fosse até lá.
Ele virou o copo. Intrépido como um conquistador chegou até ela e tirou-a para dançar, aí dançaram tantas músicas que os amigos boquiabertos não tiveram nada mais para dizer. E foram tantos beijos loucos tantos risos soltos como a noite tão criança que fora tão breve e acabara na festa quando cada um foi para o seu lado, sua cidade trocando apenas os endereços para um novo encontro.
O tempo que era parceiro de todas as quimeras fantasiara aquela noite em sua alma, houve então cartas ardentes, lembranças inspiradoras para palavras escritas de maneira cada vez mais sedutoras. A imagem do que ela representava expandiu e ela cada vez mais resplandecente evoluía em sua imaginação como a deusa mais bela de todas as deusas do Elísios.
Diante de tanta paixão que ele expressava em suas cartas e declarações ela não se conteve mais de emoção. Pegara o primeiro avião e foi-se ao encontro dele.
Ao descer no aeroporto, ela radiante e emocionada pelo reencontro contava os segundos para vê-lo... Ela o viu e ficou estática, parada e muda de deslumbramento.
Ele passou direto, pois não a reconhecera, na sua imaginação ela se transformara em outra pessoa.
